Intervenções nos Castelos

Centro de Interpretação do Espaço Muralhado de Soure

O projeto de valorização promovido pelo Município de Soure no âmbito da Rede é diferenciador ao preconizar a apresentação de um centro vivo, dedicado à compreensão dos primeiros momentos da nacionalidade, na sua dimensão política, militar, social, económica e de mentalidades. O Centro Interpretativo do Espaço Muralhado de Soure foi a concretização de um trabalho excecional que tem vindo a ser desenvolvido desde os anos 80, altura em que as obras de pavimentação do largo do castelo colocaram a descoberto vestígios arqueológicos surpreendentes. Essas escavações, conduzidas por Artur Corte Real, foram sucedidas por outras. Entre elas a intervenção de arqueologia preventiva de 2003, dirigida pelo Arqueólogo Miguel Almeida e motivada pela construção de uma piscina coberta. A piscina ficou no plano porque as escavações revelaram a existência de estruturas significativas que testemunham a evolução deste espaço muralhado na Idade Média. Foram encontradas estruturas habitacionais de época moderna adossadas à muralha, parte significativa da necrópole medieval e moderna da Nossa Sra. Da Finisterra e novas estruturas defensivas medievais, designadamente através do recurso à geoprospeção, que ajudaram a definir o perímetro da cerca muralhada de Soure. O Centro Interpretativo do Espaço Muralhado de Soure, projeto da autoria do Arquiteto Rui Fernandes, ocupou a antiga Casa da Flávia e teve como propósito permitir a fruição de um amplo conjunto patrimonial, físico e intangível, pela população e pelos visitantes. Esta estrutura museográfica foi idealizada nas suas várias vertentes – enquanto espaço físico e enquanto solução de preservação in situ dos vestígios arqueológicos identificados; enquanto atelier de investigação e espaço de aprendizagem dinâmico; e enquanto lugar dedicado à experimentação através da oferta de conteúdos expositivos e multimédia. Atualmente o projeto expositivo encontra-se a ser desenhado por uma equipa conceituada no domínio da história medieval em Portugal, perspetivando-se que este Centro, ao valorizar o património histórico concelhio, se venha a tornar num capitalizador cultural do nosso território.